terça-feira, novembro 14, 2006


O aroma das rosas elevou se à penha de Portalegre


Por ocasião da exibição da opera “o barbeiro de Sevilha” no centro de espectáculos
de Portalegre
o abismo convidou uma estrela para escalar, e então a penha amarela e
a penha de Portalegre viram as suas paredes inundadas pela fragrância das mais exóticas flores.
De forma a receber tão ilustre personalidade, a herdade da teixinha transformou-se por dois dias num resort de 5 estrelas, onde até foi criada uma zona spa com banhos em infusões de pétalas de rosa e onde foram servidas as mais diversas iguarias entre as quais caviar, salmão fumado, pimientos padrones e tâmaras, vinho moscato e branco João Pires. (isto sendo pobres claro, faria se nos saísse o totomilhões).
Sábado demos dois tirinhos no rabada secretspot (era dia de São Martinho e a malta não se podia cansar) terminamos o dia na praça da republica a comer castanhas assadas e a beber água pé. No domingo sob o efeito da água-pé do dia anterior só acordámos as 11h, já chegámos à penha um bocadinho pó tarde, encontrámos lá um casalzito de espanhóis a escalar, algo que nos alegra muito. Pena só que tenham levado o mailot (estilo porta chaves) que tínhamos na via camaleão e que se destinava provisoriamente a evitar que os mosquetões da expresses ficassem a fazer palanca por causa de uma chapa mal colocada. (parece que os “nuestros hermanos” também têm cola nas mãos) Lá demos quatro tiros e viemos embora porque era domingo e não nos podíamos cansar.
Mais tarde voltámos á penha para um trekking nocturno forçado, à procura do meu telélé que eu alegremente pousei no tejadilho do meu carro junto com uma caixa de óculos D&G (coisa também nunca antes vista na penha) e graças ao meu avançado estado de senilidade nunca mais me lembrei de recolher…
O sesa e a taia passaram o fim-de-semana a encadear castanhas assadas e agua pé na feira da castanha em Marvão junto com 2 dezenas de colegas que vieram visitá-los.
Mas no sábado de manha ainda foram matar o bicho e mostar a escola ao nosso amigo “galayero” António Afonso que estava por cá de visita.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Novas actividades

A chuva voltou e a cordada ensarilha dedicou-se a actividades menos verticais.


(clik na imagem para ver pormenores)

Abraço

sexta-feira, novembro 03, 2006

voando sobre um ninho de galinhas


Não passava muito das 7 da matina quando o despertador tocou, pela janela vi o céu cinzento mas sem dar sinais de chuva, desci já andava o meu sócio as voltas na cozinha, completamente possuído, tinha vindo cá passar o feriado para plantar peoneas, disposto a faze-lo nem que estourasse uma bomba antonia aqui no vale. Pensei: -Não há nada a fazer apesar da brecha de bom tempo vou ter que trabalhar. Lá montei no tractor, charrua, e ele ai vai toma e dá-lhe, toma e dá-lhe, para a frente e para trás, quando terminei o radiador parecia uma chaleira deviam ser uma 11h da matina.
- Bye bye Arthur have a nice day (a plantação ficou a cargo dele tocou me o trabalho mais fácil), fui direitinho que nem um furão ao telefone:

-Sérgio? Então que fazemos? Vão ficar em casa como no sábado passado com o sol a brilhar na rua e vocês a comer peixe e a beber muachos em casa??
-Não Não! Vamos escalar!
-Desportiva? Perguntei eu.
-Não. Cegonha Negra.
-Cegonha Negra?? Podíamos ir até a penha.
-Estou a notar uma certa voz de medo - diz o Sérgio.
-Não Não tudo bem bora lá (já me estava a dar a "moleza").

Deviam ser 13h em espianha quando chegámos.Ó como é dura a vida no Nordeste Alentejano 5 zonas de escalada a menos de 30 minutos de casa, sem engarrafamentos, sem pescadores, sem gosma de magnésio nas presas e sem ter de tirar senha de vez nas vias.
A caminho da cegonha negra ainda tentei demover os ensarilhas (sesa e taia) pois estava um grupo de escaladores em Puerto Roque e eu sugeri irmos levar uns croquis da penha aos espanhóis, mas nada, estavam decididos.

O Sérgio já ia decidido a tentar uma repetição de um artif dos tempos do reino de Castilla Y Leon. Lá foi, carregado de material, foi-se arrastando parede acima, estribo aqui estribo ali, unha aqui unha acolí, estilo meio metro de via por hora, aquilo era mais liso que o quadro da minha escola primaria, mas claro sempre naquele estilo de destemido a que nos habituou.

Superando as dificuldade tracionando em pitons enferrujados e retorcidos e spits martelados em fendas, recolhendo peças de museu, cordinos fossilizados, pontas de corda putrefactas um mosquetão do séc. II A.C. lá logrou chegar aos 3 pitons ferrugentos do top da via. A1 (6c+ obrigatório sem hipótese de proteger no crux).
Tudo isto filmado pois a taia estava de operadora de camera (até parecia uma expedição da NG).

Agora tocava me a mim, percorri toda a falésia até encontrar uma linha que me pareceu exequível.

A saída é uma fissura em estilo bavaresa que não vale a pena cansar a proteger (4 mts 6a) ate um patamar confortável, seguindo sempre sem "enprotar" até um pequeno troço vertical onde dá para meter finalmente um friend a prova de bomba (de Carnaval).

Supera se um ligeiro desplome (V+) ate outro patamar para então tomar a fissura mais evidente na parede, ligeiramente tombada para a frente, depois são cerca de 45mts em passes de IV, IV+ com excelentes presas (uma formação muito esquisita que só faz lembrar o naranjo de bulnes) e que dá para proteger á vontade.

Montar reunião onde se vê que já dá para sair "casi" andando.




O Sesa e a Taia vieram de segundos, enquanto lhe dava seguro fiquei a ver a beleza da zona , a observar os pirus gigantes e um pseudo galileu da era moderna com um helicóptero estilo "home made" cujo o motor devia seguramente ser o de uma motosserra enquanto a família gritava e aplaudia entusiasmada (decerto a pensarem na herança do bravo aventureiro). Fez se a foto da praxe e destrepámos pela parte de trás da parede rumo á maravilhosa bôla de bacon e queijo que a Natália tinha levado. Terminou se o dia na quinta da ensarilhada na rua do comercio a comer feijão preto e salsichas, queijo de cabra e cerveja cergal tipo holandês (para não esquecermos o Arthur que ficou de enxada na mão) tudo preparado pelos cozinheiros sesa e taia, o primeiro como mentor psicológico claro.... Assim ficou "voando sobre um ninho de galinhas " 60 – mts – Vº.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Bruno Carvalho



São poucas as palavras no momento da partida.
.
Bruno Carvalho partiu para o mais alto cume quando descia do Shisha Pangma(8.013)
A tua memória ficará sempre entre nós.
Abraço a todos.