quarta-feira, julho 22, 2015

A Pérola do Mondego

Como não há duas sem três decidimos repetir o itinerário nos dois fins de semana seguintes.

Assim a 28 de Junho, passamos por Penacova para terminar a "Pérola do Mondego".
Começamos por ir à "Via Norte".

Sou da opinião que abrir uma via é de baixo, incluindo a limpeza, as "buchas" que se colocam, etc, etc.
Mas há excepções para tudo! E neste caso ao rapelar a "via norte", em detrimento de um estilo mais puro, optamos pelo conforto e por alguma segurança relativa, assim retiramos do largo que iríamos abrir alguns microondas e terrões.

O largo que abrimos e encadeamos resultou num estético e aéreo 6a.
 - Pérola do Mondego, L1 6a 40mts, L2 V 15mts. João Duarte, Natália Pereira e Sérgio Sá 14 e 28/6/2015

No final fomos lavar a terra dos olhos, as mazelas do corpo, nuns ricos mergulhos no mondego. Aproveitando a limpeza lavamos também a garganta com umas cervejas fresquinhas.



Natália à frente no L2 da Via Norte




segunda-feira, julho 13, 2015

Ensaio sobre a Cegueira - Serra da estrela

Como foi referido abandonei o meu companheiro habitual de cordada e fui juntar-me a malta já esclarecida que se dirigia para a parede NORTE do cântaro magro, na Serra da Estrela.

Depois do sobe e desce, trepa e destrepa lá chegamos ao legado prometido: a parede sem sol, sem vias abertas (apenas uma do Roxo)...

As cordadas estavam difíceis de definir, estavamos eu o MC o Toni e o João Fernandes. Entre palavras curtas lá fiquei com o MC, sempre estava mais habituada.

Má sorte a minha, ele meteu-se numa linha estética, muito dura e pouco escalável. A outra cordada foi para o outro lado do quintal e abriram a Mija-dela.


MC no início do 1º largo

MC na sequeção mais dura do 1º largo.

 MC no início do 2º largo, a testar o pequeno material 


 Os nossos companheiros tiveram uma consulta em Coimbra, e lá desertaram.


 MC a sair em livre, depois de se ter empapado no verdadeiro artificial



 A foto do cume, mas falta o Marco Cunha, grande via meu senhor, esteve muito bem. 


O  (pa)rack usado na secção de artificial do 2º largo.

O rack completo para o 2ºlargo da via.

 No final o jantar do zimbro entre amigos, bem merecido.

O croqui de bolso, ideia original e patenteada por MC

sábado, julho 11, 2015

Novos clássicos.

Numa iniciativa do 100 - clube de escalada da maia e do CMFF - clube de montanha da figueira da foz. Tive o prazer de, em conjunto com o Bruno  e o Chico,  partilhar aventuras verticais  com seis novos clássicos.
No fim de semana de 12, 13 e 14 junho estivemos em Penacova.
Alojados no pavilhão do Capitão Dureza durante a noite e pendurados pelo quartzito da zona durante o dia.

João a cuidar do Pedraços
Chico e C.O. à espreita da via Penta...elho
Ana e Shell no patamar, com o Bruno à espreita.
João
João no momento da abertura da "rockies das faturas"
Shell a abrir.
C.O., Pedraços e Chico
Ao Terceiro dia, na carvoeira oeste (por cima do penedo do cemitério) nasceram dois novos largos abertos pelo João Duarte e por mim:
- rockies das faturas, V, 15mts
- Pérola do mondego, V, 15mts
Ficam ambas à esquerda da "via norte" e estes largos começam do patamar da R1. A "rockies das faturas" pelo grande diedro/chaminé à esq. e a "Pérola do mondego" entre as duas, pela placa começando no tetinho do esporão e derivando para a esquerda.

Foram ambos limpos, abertos e encadeados ao mesmo tempo e no melhor estilo com o João como cabeça de cordada.
Os dois largos à esquerda da via norte. O L1, são cenas de um próximo post...
No fim de semana seguinte, 20 e 21, a mesma equipa rumou aos proibidos montes hermínios. Onde  ávidas de aventura, várias cordadas enfrentaram os seus temores. Primeiro na parede oeste do cântaro e no dia seguinte no sector "o pastor".

a fauna local...
C.O. no L1 da "frouxo feliz"
pedraços no L2 da "frouxo feliz"
C.o. de segundo no L2 da "frouxo feliz"
Domingo - Sector o Pastor
A Natália aproveitando uma distracção minha, fez cordada com o MC, e na "quase virgem" parede norte do cântaro abriram a "Ensaio Sobre a Cegueira", uma via de artificial fino e de colocações delicadas.


terça-feira, abril 07, 2015

MC+ - adj. | s. m. [ême cê plus]

Sábado 21 de Março.






1º largo da "escaleras al cielo"


Depois de uma revisita ao primeiro e segundo largo das "escaleras ao cielo", consigo unanimidade em atravessar pela "Merlin", para a desconfortável reunião da "Directa a los techos". Numa frase trés vias!




João e Rodas que entretanto chegaram










2º largo da "escaleras al cielo"










Rodas na "cuellitropo"

A "Merlin" está mais suja do que o rabo de um iniciante na meadinha. Aliás quase todas as vias precisam da limpeza da Páscoa. O MC disse-me, enquanto tentava colocar o primeiro friend, que um amigo nosso  tinha voado 4 metros nesta via, fui muito mais motivado.




Zeza no início da "Merlin"



Começa com uma fissurinha muito boa para os dedos da Lynn Hill, que felizmente alarga pouco depois, para o camalote 0,5. Muito mantida e larga é preciso ir aguentando.





A faltar 3 ou 4 metros para o final não aguentei mais... Um terrão mais solto abateu-se-me debaixo do pé e voei 2 ou 3 metros. Fiquei bastante chateado e barafustei com o MC, se ele não poderia ter dado mais corda, já que não saquei a via, poderia pelo menos ter voado mais!


Damião de Góis de Espanha

Passando por esta emoção e chegando à tortura da reunião, vêm a Natália e o MC que queria dar mais um pegue ao tecto... Não conhecemos nenhuma escalada em livre a este largo e no croqui estava como A1.








Um primeiro tiro para relembrar os passos. Um regresso à reunião, com uma trinca numa substância energética, dessas que se usa nas provas de trail running e por isso ainda não estão sujeitas a controlo anti dopping. E na segunda tentativa ZÁS.  Primeiro com serenidade na parte mais lisa, depois com grunhidos entremeados com patinadela.  Diz apenas: un sueño hecho realidad!
O que figurava no croqui de A1 passa a MC+. Um novo grau na escala nacional! Aparentemente fácil para quem vê de fora (o + é quando parece muito fácil), e possivelmente dura como cornos para quem a faz.

Para reduzir a energia acumulada da tal substância, fomos a uma via que estava ali mais à mão, a "corre caminhos".

Um espanhol que andava por lá, disse algo sobre alguém ou alguma coisa mais acima... Pensei que seria o Rodas e o João que andavam pela zona da "queles". Disse-lhe:
- hãaa.. são meus amigos.
- ?Son teus amigos? diles que metam un palo pelo culo....
- hãaa...?! -  o que fizeram eles pensei. Será que estão a ignorar as chapas? pouco depois percebi que afinal ele estava a falar da malta que anda a meter uns tubos. Dizia ele que estão a F#$"%& aquilo tudo...















Na via seguiram a cordada João e Rodas, sem palo e sem rabo entre as pernas, ou seja com grande pinta. O Rodas no passo da crevasse deu-se ao luxo de saltar a pés juntos, as suas enormes bolas parece que não lhe pesam. Com a garra que lhe vi no olhar, creio que se não fosse a corda teria dado uma pirueta. Há malta imune aos carrachos do coelhinho!




Descemos contentes e fomos ver o lobo embalsamado e comer posta à mirandesa para recuperar a pele.



Domingo 22 de Março
Foge daqui e foge dali.

Eu e a Natália procurámos uma alternativa, nem muito dura nem muito quente, para fazer metros e relembrar o manejo das cordas. Optamos por um misto de largos a que chamamos "foge daqui, foge dali" mas mais uma vez está tudo bastante sujo. Quer na autopista quer na K.K. já abundam as silvas.


















O MC juntava-se ao João e ao Rodas e foram para os lados da "mutantes".






Tendo o MC faturado mais uma vez com uma dose de "carrachos corrosivos".