domingo, outubro 29, 2006

cegonha negra

Depois do dilúvio eu e a Natália voltamos junto das paredes a ver se tinha acumulado água suficiente para fazer-nos "deep water soloing", como a água se infiltrou por entre as foçadelas dos javalis, sacamos dos entalecos e fizemos ao estilo antigo.

"Depois da tempestade a bonança" - 50m - 6a



Repetição e "liberalização" de uma via que não sabemos quem escalou e se ainda é vivo.
Os primeiros 10 metros não dá para proteger (é ir subindo[v+]), a rocha é super aderente.
Existe uma reunião equipada com duas chapas.
O segundo largo, segue por uma fissura diagonal, nem sempre fácil de proteger.
A reunião foi numa fitita que abandonamos à volta de um bloco.



"coelhinho robot" - v+ - 70m



A Natália abriu o 1º largo uma fissura que às vezes aparece outras não, protegivel com "microcoisas", esta termina num corredor diagonal de erva. Após este a parede fica completamente vertical e atlética.
A reunião foi numa fitita que abandonamos à volta de um bloco (e fiquei sem fitas).
Já de noite voltamos a casa satisfeitos. Saboreamos um couterio-mor reserva de 2003.
e comemos praí dois peixes.
até breve.
Sesa




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Se tivesse que renomiar esta fraga chamar-lhe-ia "penha velha", a rocha é......velha, a parede imponente, exige respeito,o ambiente é pesado, parece habitado por entes, duendes, doentes... Deve ser por causa de saber que muito lá no antigamente alguém lá escalou, sem friends nem entalecos, seres corajosos, puros, pessoas que possivelmente já nem cá estão, é um local cheio de história por contar, um sítio encantado, onde os escalores podem ser transfomados em abóboras. (cuidado aos ousados que tentarem colocar algum tipo de material fixo podem ser engolidos pelas velhas fendas profundas, e torturados uhhhhhhhhhhhhhh).

Aqui vai o relato psicológico da coisa. Se gostas de passar medo vem à "Cegonha Negra", é um local habitado pelos mais inóspitos seres, até aqueles que não se vê.(ja conto a seguir)

Depois de uma paragem forçada devido ao mau tempo lá voltamos às nossas andanças verticais. Chegados ao local o Sérgio começou logo a ver boas vias para eu abrir, mas nada me parecia acessível, tudo demasiado vertical, com finais duros( que é quando já não dá para desistir), enfim o Sérgio escolheu a sua via e logo seguiriamos mais para à frente para ver os meus projectos (pensava eu que eram mais fáceis).

"Depois da tempestade a bonança"
Nada de novo o Sérgio em grande forma, sem medo por ali acima, 10 metros sem proteger, eu tinha medo de respirar e algum calhau se deslocar, até que protege e rápidamente chega às duas chapas ali residentes.Decidiu continuar porque realmente ainda só tinha metido um entalador, não me parece que tivesse satisfeito. A via tem algo de muito particular, é exposta, não é evidente e tem de se puxar pela cabeçinha para se proteger, tem muito ambiente, ainda por cima chovem umas pedritas de vez em quando, e com a possibilidade de estares agarrado a elas pois pareciam boas).



O Sérgio demorou mais nos últimos passos, e eu cá em baixo a pensar: "ainda bem que eu nao abri o segundo largo," xiiiii, não era de verdade para as minhas unhas, escasso. Lá fui eu de segundo a tirar o material, nada de novo, o Sérgio teima em usar maioritariamente entalecos, o que me custa caro, deixo de ter mãos apresentáveis, não pensem que o saca entalecos ajuda muito, mesmo assim é grandes porradas contra a rocha, sangue, lágrimas, horas colgada a tentar sacar o material que teima em não sair, neste caso não foi tão estremista mas ainda me vi lá com um, pontes de rocha com entalecos...
Cheguei ao pé do Sérgio fizemos a foto da praxe e quando repetiamos a foto, começo a ouvir rochas a cair, ou rebolar ali mesmo ao lado, a dois metros, seriam as galinhas grandes??? (Nesta altura já não há ovos) Sei lá, sei que fiquei «com o pescoço torçido na foto porque estava a perguntar: -Quem anda aí???



Sem resposta lá decidimos descer, rapelamos, a minha ideia de destrepar por trás deluiu-se rápidamente, o Sérgio já tinha o rapel montado não me ia aventurar descer sola lá por trás, raspa que se faz tarde, aquela porcaria tem fantasmas....


"coelhinho robot"



Descemos e fomos ao encontro dos meus projectos, não estava muito confiante, mas lá fui. A escalada é algo muito saboroso, se procurares os teus própios seguros é ainda mais. Lá fui eu a cozer o largo em ponto miudinho mas para meu azar a fenda que me esperava só era protegível com micro friends e micro entaladores, então a coragem tornou-se micro também, encontro um passe de decição e não fui capaz, fiquei a uma metro da reunião, a verdadeira demonstração de froxidão...(é sempre bom ter uma cordada completa, até os froxos fazem falta) Muito tempo sem escalar, mas são desculpas... mas amanhã feriado vamos lá voltar e eu vou me vingar... A via "Coelhinho robot", demonstrou-se de facto mais dura do que o que parecia, lá abortei o largo (nem digo como desci), e o Sérgio conclui a via que a cada passo ficava mais dura. Ficou de noite muito depressa e nós ainda na reunião, toca abandonar uma fita e não fize-mos o que se pode dizer o último e terceiro largo. A via é de facto fascinante, é muito variada, tanto tem micro-fenda, como não tem, patamar, fendas horizontais e por aí fora...





Rumo a casa satisfeitos, todos sujos, arranhados, mas com o peito cheio de uma nova coragem para enfrentar uma semana de trabalho...

TAiA

quinta-feira, outubro 26, 2006

Albuquerque | 1 de Outubro



A escola mais frocha da península ibérica. Saímos em busca de paredes novas, entusiasmados como sempre. Chegamos a Albuquerque e tudo se perdeu, haviam 4 vias que fizemos de ténis (só para justificar a viagem). Tristonhos, no fim da trepada, pensamos: "temos que comer qualquer coisa". Qualquer coisa foi uma tábua de queijos e outra de enchidos hibéricos, regadas com cerveja gelada.
Saciados seguimos rumo à tugolandia.



Ainda em terra espanhola decidimos parar na "Cegonha Negra", uma zona baptizado por nós, com um habitat muito rico. Zona protegida pela existência de galinhas, minhocas e outros seres estranhos...



A "cegonha negra", foi uma via que abri com o Sérgio praí à 5 anos atrás.
A parede tem potencialidade para muitas mais. Tem alguns pitons perdidos e ferrugentos modelo anos 80, como vestígio arqueológico de um passado feliz.



Revimos linhas sonhadas, e descobrimoos algumas novas. Como já era tarde não escalamos. Fica aqui o lembrete. Novidades depois do dilúvio.



quarta-feira, outubro 18, 2006

Como deveria ser...

Parabéns Daniela.

abraço da cordada ensarilha.

terça-feira, outubro 03, 2006

Sem rei nem lei

Ontem eu e o Teixa fomos à Penha.
"pinheirinho bonsai", "massa fresca" e séries de 5x"ela" foi a ementa. A noite já tinha caido à muito. Conheço a via suficientemente bem para a fazer fluida completamente às escuras, a textura das suas curvas e o cheiro a molhado guiam os meus movimentos numa viagem pela memória.
Arrumamos o material e sentamo-nos a ver a cidade, o Jonhy tinha a surpresa de 2 minis e bola de carne. Fiquei sentado a comer bola com magnésio, sem pertencer a nenhum clube, sem pagar cotas nem seguros.