segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O Mito Alentejano





Foram muitas as vezes que por ali passamos. O Bruno Gaspar mora a somente 300 metros. Nada indicava que aquele barranco de terra e lama afinal tinha uma surpresa oculta. A 10 metros continua a ser medonho, terra e blocos enlameados seguros por mais terra. A 1 metro continua a parecer terra. Passas a mão e fica suja de terra. Mas martelas e constatas que afinal é terra muito muito dura - terra tão dura quanto pedra mole. Passas a escova de arame e começa a ficar branco, Branco?! - mas isto é CALCÁRIO! no alentejo? é pá....


Marco Cunha, fez um achado arqueológico.
Calcário no alentejo, com chorreiras e estalactites!


fornos de cal.

Isto é uma gruta de calcário desfeita a dinamite. Isto é o que nós gostamos


Aqui vamos passar medo, muito medo.
Mc equipa uma via no dia da descoberta o nome está na forge, julgo que vai insultar a falta de vista "ao perto" de alguma malta. Grau ? - 7b?!

No dia seguinte eu e a Natália juntamo-nos ao Marco e Nascem mais duas:
Kinder Delice - 6c? (faz alusão à casquinha de 3 mm de calcário que segura a terrinha que está por dentro)
e Terra dura - 7a? (sem comentários)

miauuuuu

5 comentários:

Anónimo disse...

Muito, muito bem!
Ás vezes as aparências iludem.
Nada como ir tocar para se ter a certeza.
Força nessas brocas!

Abraço

Paulo Roxo

Anónimo disse...

Aquilo parecia mesmo mau…Mas pelo velho ditado revejo-me “as aparências iludem” !!!!
Buga lá…Passar medo, muito medinho a colocar as mãozinhas nos buraquinhos sujos de terra e, no momento que fazemos força nos pés…pás…… um brutal estalo no parabolt manhoso colocado naquela rocha anteriormente descrita… enfim…é o q temos!

p.s.- nada mau, haja imaginação! Haverá mais rocha??? Preparem-se para os próximos capítulos no cantinho dos abismados…

Abraço a todos
Bruno Gaspar

Anónimo disse...

No seguimento da onda poética, já encetada na blogosfera vertical:
Uma visão Poética do acontecimento:

Cego Vai para a Escola

Cego vai para a escola,
Putefie pela estrada,
Vai triste e não vê nada.

Leva na cabeça os projectos,
As tendinites nas mãos lesionadas,
Cintas expresses abandonadas;
Em vias que já ganharam fetos,
E em algumas até abetos,
Ou ninhos da passarada.
Vai triste e não vê nada.

Descobre o Pilgrimage Alentejano,
E mesmo sendo do lado espanhol,
E quente, por causa do sol,
Vale a pena,pois não é”muy lejano”.
Mas Bloco, só para o ano,
Que com lesão, não há escalada.
Vai triste e não vê nada.

Mas cego continua,
Putefie quando passa,
No entulho que se entrelaça,
Na encosta que é sua:
Vista matinal crua e nua.
Mesmo estando sinalizada.
Vai triste e não vê nada.


Badala no Kinder Delice

Descasco, leve, levemente,
A capinha e coisa estranha sem fim,
Será Terra? Não estou ciente.
Rocha não é certamente;
E a Terra não forma uma capa assim.

É talvez um “Perna de Pau”:
Metade chocolate,
De um duvidoso cacau,
A baunilha, essa é à parte,
Parece banho de um bom quilate.

Quem descasca, assim, levemente,
Com tão estranha aparência,
Que quem lhe toca, logo sente,
Não é dura o suficiente,
Mas o berbecas não dará clemência.

Fui ver… Era um Kinder Delice!
É bem melhor que não termos,
Por dentro, Mole! – Quem disse?
- Furar aí não será doidice?
Há lanches que se gosta menos…

Inspirado na “Cana do Frouxo” do Chorão e adaptado dos Poemas: “Descalça vai para a Fonte” de Luís de Camões e “Balada de Neve” de Augusto Gil.

PS: Quanto à primeira via equipada chama-se Hipermetropia, em homenagem à Putefie.

Há que continuar…
Abraço,
MC

Anónimo disse...

Parabéns aos duros "do Alentejo".
Após tanto tempo em busca "do mito do Sicó", quem diria que iriam encontrar um novo mito e logo no local menos provável?
O pessoal agradece e já começou a preparar a mochila para uma excursão até aí abaixo.
Um grande abraço.

Carlos Belo

Anónimo disse...

bem, tenho casa na escusa (sou de lisboa) e nunca me passou que houvesse vias por aquelas bandas...melhor impossível, mais uma no meio de tantas coisas boas que aquela terra maravilhosa tem!!!

já agora, quantas vias equipadas há por lá?

abraço