quarta-feira, outubro 03, 2007
Espolon de los Lopez
Sábado de manhã, rumámos em direcção à serra de Gredos, para não variar parámos em Caçeres para abastecer de queso cabrales e vinho. O abismo agora está um pouco espalhado pêlo país, pelo que fui só eu e o Marco Cunha.
Chegámos à plataforma a meio da tarde e, lá seguimos tranquilamente em direcção à laguna grande, uma paragem no refugio para, uma cerveja e fotografar croquis, e continuámos para a parte superior circo, onde, já ás escuras encontrámos o bivaque mais fantástico que alguma vez conheci, trata-se de um mega bloco com um enorme tecto, plantado de frente para o Almanzor.
Com o sol já bem visível, depois de uma noite tranquila, rumámos em direcção à portilla del cranpon, abandonámos o canal quando ele começa a ficar mais estreito, tirando à direita para a base da via.
O Marco seguiu para a frente com a ferragem, abrindo o primeiro largo, uns passos muy raros de V+ logo na entrada, que de resto acabaram por ser o mais durito da via, um piton ferrugento aqui outro acolá e o MC lá foi andando.
É sabido de todos a beleza do circo de gredos, no entanto este inóspito e paradisíaco lugar aos fins-de-semana é literalmente inundado de uma diversificada fauna de montanhistas, envergando o ultimo grito em moda de montanha e equipados como se de uma expedição alpina se tratasse, de tal modo que por lá andava um fulano de piolet (homem prevenido vale por dois) e eu juro! Que a coisa mais gelada que vi por ali este fim-de-semana foi a cerveja que bebi na minha efémera passagem pelo refugio.
Qual não é o meu espanto que ao olhar para o canal umas dezenas de metros mais abaixo, eu nem queria acreditar no que os meus olhos estavam a ver, uma curvilínea “pelirroja” espavoneava-se pelo canal acima vestindo um minúsculo bikini, aliás um minikini…foi com um grande esforço que não saquei do victorinox e cortei a corda, para descer ao corredor e ver tal coisa mais de perto. Como a cordada deve estar sempre em consonância apressei-me em avisar o comp. de cordada que, já tendo dado por isso, escalou o resto do largo de V, fazendo parecer que de um oitavo grau se tratava, de tal modo que la "chica" ficou abismada com la bravura del destemido portuguez…
O segundo largo tocou-me a mim abrir, tirando a entrada com um passo muy raro o resto é uma trepada.
O terceiro largo foi o Marco de primeiro, trátasse de uma largo de escalada muito tranquilo apenas com uma passagem de um sub prumo de IV+ mesmo ao estilo gredos.
O último largo é uma trepada, por isso seguimos ensemble até ao cume do Almanzor, onde desfrutámos durante um bocado enquanto comemos um pouco de pão com chouriço, e demos dois dedos de conversa a um casal de velhotes também eles outrora escaladores.
Descemos, carregámos os macutos e seguimos em direcção ao refúgio onde parámos para uma cola.
Ainda nos disfarçámos de andarines e em vez do rumo normal de regresso à plataforma, subimos por um canal em direcção ao morezon, só depois então descemos em direcção ao prado pozas pela cuerda del refugio e depois plataforma.
Antes do regresso ainda jantámos um magnifico jantar num restaurante em hoyos del espiño. Claro a pedido do dono ali deixámos uma fotografia dos dois devidamente autografada ,no cume do morezon, para ficar na parede na galeria dedicada aos grandes alpinistas lusos.
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4 comentários:
Os subprumos de IV de gredos são um mimo.
Gostava de ver mais o piolet do que o bikini.
Grande aventura.
O gajo do restaurante ao menos patrocionou a Janta?
Abraço
Onde o abismados estiverem há babes descapotáveis e escalada "dura".
Apertem e até breve.
Bora galaiar
é que fizémos o morezon pela via normal e sem recurso a oxigenio..nem sherpas
O quê??
Sem Sherpas?!
Eh pá! Isso é coisa rara hoje em dia!
Boa aventura.
Paulo Roxo
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