sexta-feira, maio 15, 2009

eis como +/- penso que na minha opinião se passou

NA sexta liga o Emanuel:
- ouvi dizer que vão à meadinha amanhã?!
- naaa. (silêncio) temos uma reunião de manhã...
- se fossem também ia.
- pois à meadinha não vamos. (IDEIA: vou ver se engano este a ir às fisgas resolver aquele sarilho pendente)Somos capazes é de ir até às FISGAS, como a reunião fica a meio do caminho... Conheces?
- Uuuu Fisgas?! sim, já ouvi falar...
- É pá é muito porreiro, vias de vários largos, rocha espectacular, alto ambiente, lagoas de água límpida, tudo muito bom e muito giro.
- E vocês vão?
- uuu, espera que vou tentar convencer a Natália e já te ligo de volta.

...
- Corazôn, o Emanuel quer ir às fisgas connosco, não vamos deixar o rapaz ficar mal. Podemos pó-lo abrir os largos duros...
- ta bem
....

- Tou, Emanuel, nós vamos.
- a que horas?
- hummm, reunião e tal lá para as 11h devemos tar lá.
- até manhã então.
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Chegamos às Fisgas o Emanuel começou a sacar de entalecos, friends e essas coisas. digo eu:
- É pá, acho que isso não é preciso vamos a vias equipadas...
- Ai é?! agora é que tu me tramas-te ontem fiquei a pensar que era clássica.
- Podemos fazer, pode-se fazer... mas para isso temos que abrir uma via. ou ir às vias dos galegos, que ao que parece são mistas... mas leva, pode sempre dar jeito.

começamos a subir junto aos penhascos, diz o Emanuel:
- Então isto é que é granito?
- Não! isto é quartzito.
- é uma mistura de quartzito e xisto.
- pois, parece isso parece.
- mas parece-me que tu ontem ao telefone disseste-me que era granito!
- eu, não. Olhem há por aqui umas vias de desportiva muito antigas, de um só largo. podemos fazer uma ou outra para aquecer e ambientar-nos a esta rocha não granítica. devem ser por aqui...

Lá procura-mos essas vias e fizemos duas a "July" ou coisa parecida e a "caifas".



Um bocado aquecidos e farto das tais vias continuamos a subir.

- olhem estas escovadas aqui são as dos galegos. As dos Stepesapeida estão mais à frente.

Subimos mais um pouco e sobre o grande tecto espreitei para o fundo e veio-me há memória uma anterior visita, em que o pânico se apoderou da sala de controlo.

Para que isso não voltasse acontecer, comecei agir de forma mecânica:
1. não pensar
2. montar o rappel,
3. não ouvir nada
4. tentar não ver nada
5. mandar o saco fetiche do magnésio da Natália pro abismo (que ficou num patamar ai a 80 metros)
6. atirar-me ao vazio
7. sair do vazio,
(eventualmente escalando) e daí o propósito de toda a sequência anterior).[no dia anterior tentei memorizar a reunião aconselhada para o rappel, pelos stepesapeida no seu blog, um tal quarto grau dos espanhóis, no diedro à esquerda, mas lá nunca mais me lembrei de tal coisa].
Rapelei (o mesmo erro da visita anterior) pela via "marretas marginais" um rappel suspenso sobre a almofada d'ar. Quando cheguei à altura da reunião comecei a balançar-me até chegar a um patamar, - bem daqui já ninguém me tira! eh eh - pensei eu todo satisfeito.

- Emanuel podes vir é na boa (deixa ver se ele vem, porque a Natália já foi atirar pedras às cabras)!

O Emanuel chega à reunião:
- vistes as lâminas apontadas à corda? parecem facas de Guimarães.
- pois deve ser do xisto...
- Eu não rapelo mais, vai tu e resgatas o saco de magnésio...
- ok! (tenho que ir, nem que seja por causa da porra do saco)

Começo a rapelar e a passar algumas cintas e a corda em duplo... ensarilhada, chego ao inicio do largo e ao fim do mundo explorado.
- ó Emanuel, tens que vir que eu tenho que fazer mais um rapel porque a corda ainda não chega ao patamar do magnésio... (a ver se desta forma o convenço).

Lá vem o Emanuel



chega ao patamar, começo a puxar corda.. pois!
Com as curvas e contra curvas da corda passada nas cintas a corda não vinha.
Ia a preparar-me para dar um puxão mais à séria e diz o Emanuel com cara de mau.
- não puxes, vistes as laminas por onde passa a corda, ainda a descamisas toda...
- que nada, já tive que dar puxões muito maiores, achas que é com a minha força que rasgo uma corda? - estava a preparar-me para dar um puxão mais à homem, e diz o Emanuel com cara de muito mau:
- não puxes, que rasgas a corda...
- ok. então alguém vai ter que subir pela corda com um prusik. posso ir eu... mas eu queria escalar, grande merda! deixa-me lá puxar a corda...(porra a corda é minha!)
- Não, eu quero é sair daqui rápido, subo eu, se tu quiseres escalas de segundo.
- ok. Olha o tal quarto grau dos espanhóes, vem dar direitinho aqui... é pá somos mesmo ensarilhas! deixa, pá próxima já sabemos.

Lá sobe o Emanuel e vai soltando uma corda das cintas e passando apenas uma ou outra cinta na outra ponta.
- reunião.
- dá-me corda para eu rapelar até ao patamar, para ir buscar o magnésio, depois das-me segurança de cima.
- ok.

Lá rapelei, ao lado do magnésio estava uma cabra morta, ainda pensei que foi o magnésio que a matou, mas impossível devido ao estado avançado de putrefacção. É pá que paredes brutais!!!

- Emanuel dá piii, que vou subir.
0º largo - um v+ de ervotracção
1º largo - 6c+ - com um passo de Azero (muito medinho para o 2º devido às travessias sobre as tais facas de guimarães), Fantástico, belíssimo.



2º largo 6a curto - finalmente escalada - tive a felicidade de encadear. Fantástico, belíssimo, quero em breve voltar a escalar aqui...

5 comentários:

Animado e Spagurja disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Animado e Spagurja disse...

Facas de Trá-os-Montes quando muito, passado uns dias a malta deixa de ligar a isso, já há mais 2 vias á esquerda dos marretas, e outra acabadinha hoje 200m. de via nova ai perto dessa zona. É bom ver noticias de malta por aqui. Da próxima dá um toque que a malta arma-se em guia local e escalamos juntos, e levamo-vos ás melhores vias (e da melhor forma).
Aquele abraço
João Animado

teixas disse...

hum...nesse caso acho que vou para riglos nas ferias.

Unknown disse...

Grande relato!!! Ao bom nível abismal. Sempre com algo para apimentar a aventura.

Abraço

Bruno Gaspar

Anónimo disse...

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