segunda-feira, novembro 07, 2005

Luso Galaica - Cântaro Magro - Star Mountain



6 de Novembro de 2005.
4 ensarilhas partem às 8 da manhã rumo à pedra fria.
Teixa, Taia, Rosa e Sesa.

Nome
Luso-Galaica

Dificuldade
D (V+ máximo

Comprimento
205m
>55m no sector inferior
>70m no anel
>80m no sector superior

Horário
3-4 horas

Orientação
No

Material
2 cordas de 8,6mm, 60m
1 corda 10,2mm, 50m
1 jogo de friends
1 jogo de excentricos
10 cintas-expresso
Fitas tubulare e cordinos.


Aproximação
Deixamos o carro na curva do Cântaro, situada mesmo em frente à vertente mais curta do Cântaro Magro, iniciamos a descida pela margem Oeste (lado esquerdo), durante aproximadamente 20 minutos para alcançar a base da via. O início é caracterizado por uma marcada e profunda chaminé entre grandes blocos de pedra. Na descida vimos interessantes estalactites de gelo (ao estilo de arma branca).


::L1 - IV, 20m
Subir pelo esporão localizado à esquerda da chaminé onde, na sua metade superior, encontraremos uma placa um pouco mais delicada. Reunião natural numa grande e cómoda plataforma.

::L2 IV+, 35m
Do lado direito da plataforma, inicia-se o troço principal da chaminé, que escalaremos pelo fundo do seu interior, inicialmente superando alguns blocos e no final em tecnica de chaminé. Reunião com um pitão logo à saída.
Grande ensarilhanço, com um friend (pouco amigo) enterrado até ao fundo da fenda e teimoso de sair. Primeiro ensarilhei eu que teimava em não abando nar a mochila para fazer a tecnica de chaminé. Depois o Teixa que a issou tipo petate, depois miou a Rosa epor fim veio a Taia a sorrir. Quase todos puxamos pelo friendesinho e ele muito caladinho... mas eis que se enerva o Teixa e armado em Rambo Rapelador, acaba com a teimosia de tão precioso ferrinho.
Comemos umas barritas de amendoas e seguimos viagem.

::Anel do cântaro - II-III; 70m
Progredir por terreno escalonado coberto de vegetação, dirigindo-nos para a direita em direcção ao vertical e destacável esporão-diedro, até nos situarmos numa plataforma marcada por duas fissuras paralelas onde se inicia o próximo lance.
Andamos meio perdidos num pseudo ensamble, o teixa abriu uma nova via de aproximadamente 3 metros!! talvez disponibilize os croquis.

L3 - IV; 40m
Progredir pelo diedro vertical, marcado por duas fissuras paralelas e blocos sobrepostos, até atingir uma segunda plataforma com um bloco saliente. Do lado direito desta plataforma, monta-se a 3ª reunião (equipada com corrente).
Este largo foi feito em velocidade com distancias kilométricas entre protecções. Mesmo assim a noite e o frio estavam a chegar. E o queijo manchego no carro clamava mais alto que o ultimo largo. Feito 4 rotos descemos satisfeitos.

Para quem interessar fica aqui a descrição do resto da via…

L4 - V+, 40m
Segue-se a larga fissura do diedro até esta se tornar vertical e passa-se para a direita (1 parabolt), que mais acima se torna num duffer (1 pitão), voltamdo à esquerda ao alinhamento da fenda inicial (1 pitão). Um conjunto de fissuras com um final possível em placa (opcional), levam-nos até uma grande plataforma onde podemos encontrar uma reunião equipada com uma corrente.
Desde esta última plataforma, escalar um bloco fácil à direita que dá acesso a um canal que nos conduzirá até ao cume.

Descida
Temos duas possibilidades para descer do cimo do Cântaro:

(1) Existe um rappel de cerca de 25m equipado na extremidade poente do planalto do cume, contornando uns blocos mesmo em frente à curva da estrada, o que nos permite descer para a zona mais alta do colo entre a estrada e o Cântaro.

(2) Descer em direcção a sul por uma garganta que dá acesso ao caminho de escadas que nos deposita no mesmo colo.

Apertai cãovosco

terça-feira, outubro 25, 2005

Noiva . praia da ursa

Dia 4 de Setembro de 2005
Noiva - monte de pequenas pedrinhas muito mal coladas umas às outras com 100 metros de altura.

O nosso amigo Tim Burton, devia estar na Praia da Ursa a olhar para esta bela silhueta que entra mar adentro. E de repente pensou, “Noiva Cadáver”.

O dia estava ventoso, compramos uma “bola de carne” e um “bolo de nós”, e duas “cocacolinhas”. Dirigimo-nos mais uma vez ao Cabo da Roca, descemos para a Praia da Ursa, e começaram as dúvidas… banho ou escalada, escalada ou banho?…Quem disse que havia acesso à Noiva pela praia devia ser amarrado a um rochedo, toca a subir tudo com a quinquilharia às costas, do alto da falésia virados para a face “este” da Noiva, não víamos népia do caminho, entretanto lanchamos.
Aproximamo-nos por uma rampa manhosa à base do rochedo e decidimos subir a ver no que dava.

largo I – 30 metros
O largo inicia numa chaminé engraçada que sobe aí uns 5 ou 6 metros até um filão de terra que atravessa em diagonal para a esquerda, inicia-se uma fácil travessia por terreno decomposto. Depois de superar um ressalto a reunião (2 quimicos) encontra-se numa confortável plataforma.

Largo II – 30 metros
O 2º largo segue-se pelo evidente corredor de terra, até à face sul, trepa-se 7 metros à esquerda até à 3ª reunião - 1 parabolt, (juntamos 1 friend) .

largo III – 30 metros
Aqui começa a escalada propriamente dita, vertical o mar lá em baixo, batidas ritmadas. Rocha excelente, grande ambiente.

largo IV – 20 metros
Trepada até ao cume, o cume é espectacular. Um dia era de fazer lá uma rave. Dá para acampar. Fotos da praxe e toca a rapelar. Os rapeis são à Roxo, dois rapeis de 60 metros por terreno prestes a desmoronar-se… Não sei como é que aquilo ainda está de pé. Mas com muito vento e as cordas a fazerem arcos incríveis (se as larga-se ficavam tipo bandeira 60 metros paralelos ao mar), mas lá chegamos aos sapatos da noive e recolhemos a corda.

Comer muramos (“bola de carne”, “bolo de nós”, e uma “cocacolinha”.) e regressamos desta vez pela praia já de noite. Foi possível passar porque a maré estava baixa... Acabamos o dia com um banho no mar a ver as estrelas.
É para voltar, mas da próxima a sua irmã mais podre – cof! cof! Cursa!
Adio!

quinta-feira, julho 28, 2005

Escola Vertical Alentejana - Finalmente!

Em hora boa seres felizes.
Esta a nascer a tão sonhada escola de escalada da Penha de Portalegre (um lento sonho de 7 anos!).
Agora que somos mais sócios, e que finalmente conheci o João Constantino, escalador montanheiro (e dono de uma perfuradora de rocha dura). Já iniamos o delicado processo de limpar, escovar, tactear, experimentar, etc. Já chegou a primeir a encomenda de chapas e parabolts.
Brevemente darei mais noticias.
Adeus seres desejosos.

sexta-feira, julho 22, 2005

Frecha da Mizarela - Splash!



16 de Julho de 2005
splash 120 metros V+

Saí de Portalegre às 17:30 rumo a Lisboa. 8:30 encontro-me com a Natália, vamos a decathlon trocar o pneu da bici e comprar as tão ansiadas "half ropes", beal cobra II, golden dry - 50 m. Saímos de Lisboa próximo da meia-noite rumo ao norte.
Saímos da A1 em Albergaria, rumo a Vale de Cambra e daqui seguimos para a Frecha da Mizarela, onde chegamos lá para as 4 e tal da madrugada.
O habitual escolher um chão fofinho, montar tenda, estender as mantas, xixi e cama. Acordo com a primeira luz da manhã (talvez meia hora depois de ter adormecido...) se não fosse o suprematíssimo cansasso teria saído aquela hora, venho fora da tenda apanhar ar, ver onde estou e volto a dormir.
Levantamo-nos as 8:30, pequeno almoço, desmontar tenda preparar material - tudo sem pressas.
O trilho que nos leva à base da cascata é das aproximações mais bonitas que se pode fazer. Sempre a descer por meio de densa vegetação e caótico arvoredo. Já no fundo as lagoas cristalinas, com o calor que se começava a sentir faziam-nos propostas indecentes. Mas recusamos humildemente, desafios mais altos se aproximavam.
Começamos a escalar por volta das 11:30h.

Largo I - "cuerdas desflorement" | 20 metros | IV
O primeiro largo começa à esquerda da cascata, um diedro à esquerda de uma placa (+/-15 metros). Depois de superar uma grande laje incrustada no diedro, à esquerda iniciar uma ligeira travessia diagonal por uma plataformazinha para os pés 4 ou 5 metros, onde encontramos a primeira reunião em dois poderosos parabolts com cadeado e argola, imediatamente por baixo do característico tecto.

Largo II - "Psiconisca" | 15 metros | V
O segundo largo é um agradável pesadelo horizontal por debaixo do tecto. Tive o cuidado de colocar muita tralha naquela fissurinha para evitar o alucinante pendúlo da minha querida companheira de cordada "The Incredible" Natália. No fim da travessia um "parabost" com argolinha onde passei a corda com carinho. E com respirações profundas evitei as marteladas do pânico (não gosto muito de estar pendurado sem sentir o suave tacto da rocha). Neste ponto é necessário com a ajuda da corda superar uma chaminé à esquerda, uma espargata, suor frio, impulso e ufa!! Estou no outro lado, os pés a escorregar a parede que me irá receber os dentes a sorrir para mim. Resisti à ideia de me deixar cair (após o pêndulo esborrachava-me no negro granito). Agarrei-me com desespero e superei um pequeno pilar para a esquerda, onde pude saborear a tranquilidade de uma excelente plataforma onde montei a segunda reunião com uma fita e dois friends. Faltava a travessia da Natália, que a fez com o maior calma e tranquilidade.

Largo III - "Humus decompostus" | 25 metros | IV
O terceiro largo segue o diedro numa ligeira diagonal à direita, muita terrinha e ervinhas e piquinhos. Após 7 ou 8 metros neste diedro, segue-se uma placa decomposta à esquerda, pedra solta e muito suja após 7 ou 8 metros transforma-se numa fissura diagonal tb à esquerda. Cheguei à chaminé (O passo mais difícil da via), e como não tinha material suficiente (culpa das reuniões fortificadas anti-ataque terrorista), montei a reunião antes da chaminé com duas cintinhas.
A água precipita-se irregularmente no ABISMO BRANCO salpicando-me agradavelmente a pele com frescos beijos.

Largo III - "air placatus" | 30 metros | V+
A Chaminé miné tem 3 ou 4 metritos, deu para fazer o gosto ao bicípites, dois camalotes e depois o piton depois da chaminé segue-se uma placa abundante de presas 7 metros, que subi em pequena diagonal à direita, que leva a um diedro sobre placa, sem problemas apesar de escorregadia. Montei a reunião numa base horizontal com dois aliens e um parabolt (os aliens eram só para o estilo). A comunicação da cordada era bastante difícil, o barulho da água, o ventinho e a distância, mas lá nos entendemos.

Largo IV - "salpicus" | 25 metros | IV
Fissura tombada sem problemas durante 7 ou 8 metros, depois uma série de degraus. A queda de água é uma presença e a altura começa a sentir-se, o abismo nas costas espraia-se na verdura. Reunião já ao nível de onde a água se "manda".

Largo IV - "finitus" | 25 metros | IV
Diedro de 3 metros à esquerda, depois uma série de lajes, blocos e curvas, very very easy, e ultima reunião num pinheirinho.

Dobramos as corditas e corremos para a recompensa. Um SPA de algas musgosas numas possinhas de água fresca (em cuequinha tá claro). Passamos no café para uma água fresquinha e tá no ir para poder-nos voltar.

Adeus seres feliz!

terça-feira, julho 19, 2005

trip em Manzaneda


Julgo que foi no Natal de 2004
4 ensarilhas foram a espianha.

segunda-feira, março 07, 2005

Snowtrip na nossa serrinha

6 de Março de 2005

Snowtrip na nossa Serrinha.
Saímos às 7 da manhã, para chegar lá à hora de abertura da estância.

À entrada encontramos o casal ensarilha: Miss Sónia e Master Victor (bonita surpresa!).
Tínhamos combinado com a Marta e o Bernardo.

O Bernardo estava a fazer corredores de neve (treininho para os Picos).
Tiramos os “fófés” e tá a andar.
Umas voltinhas pela famosa “negra” da Serra da Estrela que nem azuli é… e vimos a Marta e o Vita, deixamo-los estar e demos mais umas voltinhas. Daí a pouco encontro o Victor e fizemos uns “no fears”, fiz um rasgão até à alma da minha tábuazinha.
De tarde fomos até ao snowpark sacar umas “barandilhas”.A Natália sacou o seu primeiro 50-50 pelo que esta de parabéns!
O Victor começou atinar com o bordslide na caixa, e eu já farto da caixa fui saborear um corrimão a sério.

O Victor insistiu que fossemos aos “jumps” o mais pequeno tinha 4 metros de “kick” mas ficou para a próxima…

Até breve seres felizes.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Gandvalira de 4 a 9 de Fevereiro de 2005




Nunca vi tanta neve junta.
Fomos 3 casais: Sérgio e Natália, Victor e Sónia, Braga e Carla.
No total foi um misto entre turismo de centro comercial com desbunda contida.
Saímos sexta às 5 da manhã... blá blá, muitas horas de viagem e lá para as 8 da noite estávamos em frente do hotel (graças ao gps xpto da toyota avensis xpti).
Subimos e fomos jantar (sim o hotel president de 4 estrelas tinha 1/2 pensão incluída, uma maravilha.)
No dia seguinte saimos cedo, depois de um pequeno-almoço reforçado. Compramos os forfaits para todo o domínio esquiável de grandvalira para 4 dias + seguro, uma pipa de massa. Subimos no funicamp de encamp e... tralálá tanta nebi.....

A principal preocupação era que a loucura não possui-se ninguém, incentivando-o a abrir gás rabina abaixo, deixando o grupo "parado".

Os ritmos eram diferentes pelo que desbundavamos 100 ou 200mtrs e esperávamos para juntar o rebanho tresmalhado.

Ainda deu para fazer uma pista ou duas sozinho... um sossego.

No segundo dia fizemos um pseudo dia heavy e fomos atravessando de encamp até pás de la casa, não chegamos a descer porque se fazia tarde. Abri gás e repeti a descida de pás de la casa para grand roig 2x. ao chegar ao pé do grupo a Carla tinha sido brutalmente atropelada por um badameco de palitinhos, infelizmente não pode esquiar mais nesta trip e o Braga bom companheiro fez companhia no jacuzzi.
No 3º dia fomos para soldeu e tarter, a nível de qualidade de neve estava excelente. Enterrava-me até à garganta naquele “powder” poderoso.
No quarto dia voltamos para soldeu desta vez de carro não utilizando o funicamp. Desta forma eu e a Natália podemos subir quase às 5 da tarde na ultima telecadeira. Aguardamos um bom bocado até as pistas ficarem completamente desertas.
Depois foi lindo….
O último dia foi a chatice do regresso.
Até breve

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

segunda-feira, outubro 18, 2004

PICOS DA EUROPA ::

22 a 28 de Agosto

Partimos cedo, queríamos passar pelo Porto para comprar uma corda doble. Não compramos a corda e quando saímos do Porto já passava das 11 horas. Chegamos ao Parque "la isla" de noite escura. Montamos tenda e tá a dormir.
23 Segunda Desmontar tenda, pagar e dar de frosques que parquinhos de campismo não faz o nosso estilo.
Partimos do parque para Fuente Dé.
Fizemos um arrozinho enquanto esperávamos vez no teleférico. Finalmente chega a nossa vez e subimos.
Sem mais demoras trilhar caminho apontados a Horcados Rojos, cheios de vontade e sonhos. Chegamos lá cerca de 4 horas depois. Paramos um pouquinho para comer e pusemo-nos novamente a caminho. As mochilas, carregadas de ferro pesam como um demónio. Descemos o El cable e atravessámos os jou's. Cada vez mais próximos do conhecido gigante.Apareceu de repente em todo o seu esplendor, com a sua característica parede alaranjada. Ao mesmo tempo que avistávamos o refúgio, naquele momento as mochilas tornaram-se mais leves e houve brilho e emoção no nosso olhar. Era a primeira vez que o víamos tão de perto. È mesmo grande agora que estávamos mais próximos.Bivacamos debaixo de umas pedras, nessa noite o céu foi muito estrelado, encobria-se repentinamente para logo se descobrir por completo o Picu recortava-se contra o céu e vinha desde o alto plantar-se mesmo ao pé de nós, fazendo-nos sonhar e temer.

Tapamos os buracos com pedrinhas ecom algum frio lá adormecemos.

Durante a noite ouvia-se as cabras e o vento. Não resisti a uma saída ao escuro, surpresa, a luz das estrelas era tanta que poderia ler a letra miúda dos croquis se quisesse.

24 Terça
Acordei como sempre antes da hora. Apeteceu-me gritar “Alvorada”, mas contive-me.
Pequeno-almoço, sopinha e chouriço. Preparamos uma mochila e escondemos a outra. E ainda cedinho começamos a subir o canal de la celada, contornando o Picu demoramos praí 3 horas e já víamos escaladores na parede.

Quando chegamos finalmente á cara sul era já dia alto e estavam 3 ou 4 cordadas à nossa frente. Escolhemos logo a via mais frequentada – a “directa de los martinez”. Colocamo-nos na fila e conversamos com a cordada que estava à nossa frente dois irmãos espanholados, era também o baptismo para eles. Lá para as 12h lá começamos a trepada. Espectacular! A qualidade da rocha, a textura, o cheiro. Hum! Maravilha, isto é vida – pensava enquanto cravava a goma dos pés de gato, e sentia a aderência.
Os 4 primeiros largos são os mais verticais, depois pode-se progredir já sem corda. No enorme anfiteatro. Vi um velho lobo da montanha, daqueles queimados e duros. Lembrei-me dos largos com 40 metros que tinha acabado da fazer enquanto olhava para a minha cordinha de 60mtrs. Perguntei-lhe se dava para descer com corda simples, (pergunta parva, sabia perfeitamente que não). Ele disse a sorrir para os meus camalots – Só se deixares material, mas podes subir rápido e se vieres a tempo desces connosco! Existe mais uma cordada lá em cima. – Eram os nossos amigos espanhóis, que por espantosa coincidência estavam à nossa espera (só tinham uma corda de 60mtrs. J).
Lá fomos ao cume, enquanto eles nos esperavam com o nosso material junto ao primeiro rapel, (podiam ter fugido mas não o fizeram).
A vista espectacular, abraçamo-nos. Respiramos fundo. Tiramos a foto da praxe. Olhamos mais uma vez a 360º – Isto é vida!

Com as duas cordas unidas podemos descer sem problemas, a parede é mesmo grande um papel, outro, outro…

Íamos regressar a fuente dé nesse dia quando nos apercebemos que já era tarde.
Decidimos então ficar no refúgio e festejar.

Chegados ao refúgio alto ambiente, tudo amigo, tudo lindo. Comemos umas tapas de jamon e queso de cabrales que passei adorar. Conversamos, demos um passeio pela orla das nuvens, regressamos ao interior do refúgio e quando se fez horas fomos dormir.
- cerra la ventana!- open the door!
- cerra la puerta!
- open the window!

Quase deu porrada. Um bife com demasiado calor e um espanhol com demasiado frio, não havia forma de consenso. Metemo-nos nas prateleiras, todos a molho e lá ficaríamos se não fosse um porco ressonar como um cavalo. Abanava o estrado, os ossos e o refúgio todo. Um a um todos abandonamos aquela divisão que albergava umas 40 pessoas. Uns na sala, outros no corredor lá nos acomodamos.

25 Quarta
Acordamos cedinho, pequeno-almoço (e com as sobras fizemos umas sandochas), pagamos (a dormida nada cara mas o queijo era do Bom).

Mochilas às costas (continuam pesadas), e decidimo-nos por um caminho novo, que se viria a tornar num espectáculo de 8 horas no stop. Nem sei por onde andamos. Depois vimos que descemos o “canal del vidro” descemos ao lado da penã vieja, e fomos dar aos prados do palácio real. Subimos até ao teleférico. E Fomos dormir do lado norte, ao parque naranjo de bulnes perto de arenas de cabrales.

26 quinta
Fizemos turismo, fomos até ao mar cantábrico dar uns mergulhos.

27 sexta-feira
turismo geral em arenas de cabrales, e uma escaladita desportiva.

28 Sábado
O triste regresso a casa, com ideias de voltar. E passagem para banho pelos lagos de sanábria.

Até breve!

sexta-feira, outubro 08, 2004

Los Galayos


2, 3 e 4 de Outubro 2004

Soube apenas na Sexta feira que ia haver ponte (devido ao feriado de 5 de outubro 3ª feira).
Como os Galayos era um sonho antigo decidi na hora. Telefonei à Natália para avisar, e ela como sempre alinhou prontamente.
Saimos no Sábado de manhã, antes fomos ao modelo e ao lidl fazer algumas compras para os morfes...
Logo nessa manhã ainda dei uns pontapés a uns móveis(eu que sou calmo).
O meu 5º fogão camping gás tinha desaparecido!!! Logo este que lhe tinha feito um saquinho e tudo com tanto carinho. Desapareceu fogão trem de cozinha, e ainda alguns ingredientes que tinham sobrado dos Picos da Europa. Destino certo - lixo. Conformado e sem fogão decidimos comer ou no refúgio Victory ou comer frios Arghh!
Eram praí 10 da manhã 1quando apontamos a valência de alcântara. Em cácers a 104 km da fronteira portuguesa, avistamos mais um mussoleu do consumo. Um Carre4 ou cena parecida. Ainda coma a ideia do fogãosinho decidimo-nos por uma visita. Na pas de fogão... à estrada que se faz tarde!!! mas eis que o cansado "érrefive" não pegava. Indsite, encharca, desepera, limpa velas... etc. e nada.
Toca à procura de um mecânico geitoso ou milagroso. Sábado à tarde. Está a dar duas voltas a pé a cáceres. 4 horas depois decido omprar umas velas e uma chave. Quando leio a sinstruções "trocar uma de cada vez para não trocar as posições..." bato com a amão na testa como tivesse esquecido de jogar no totoloto. Corro até ao carro faço umas esperiências de trocas e voilá.... temos máquina novamente.

Destino agora sem paragens Arenas de S. Pedro.
Chegamos a Arenas por volta das 18h, por mim ia logo para cima ficar no refúgio. Mas decidimos comer num restaurante (abastecer para os dias seguintes) dormir cá em baixo e sair na manhã seguite.
Comemos num restaurante terrível! O preço dizia que era coisa boa (meu deus) como enlatados piores ods que levava na mochila, horrivel mesmo, o que safou ainda foi a garrafinha de vinho. Saimos do restaurante à procura de local para dormir. Passamos por guisando, e subimos até ao barrancal dela nora (que é onde se deixa o carro), como já era bastante de noite não vimos nenhum sitio onde encostar. Fomos ao parque de campismo... entramos e nada, ninguem atendeu!.
meia volta ao coche entre pelo mato dentro e encosta numa beira. Arranjar acruma para ficar-mos fofinhos monta tenda, lava os dentes e tá a dormir.
Acordamos cedo. Comemos nestum.
::Domingo::
As 9 da manhã já estavamos com mais de 20 kilos às costas caminho acima.
De inicio o caminho segue por entre o pinhal, mas algum tempo depois já não existe sombra vegetal. O que vale são as várias fontes que existem pelo caminho.
O tramo final, pode-se optar pelo "Canal da Apertura" (mais directo), ou pelas "zetas" mais bonito e menos perigoso, optamos pelas "ZETAS". O peso da mochila e o desnivel era amplamente compensado pela vista das agulhas. Só de o0lhar já mete medo. Estavam já várias cordadas na parede. Um gajo esteve praí meia hora do passo de 6a+ do "diedro ayuso" na "Punta Maria Luisa".
Seguiamos com curiosidade aquela cordada e o refigiu aparece abruptamente depois dde quase 1000metros de desnivel e 3h de caminho.
Paramos para morfar à sombra do refúgio. Decidimos para acabar a tarde fazer o "Gran diedro" do "gran Galayo", irmão maior pela sua superios altitude.
Para chegar à base do "gran diedro" é preciso passar à direita do "pequeno galayo" pelo corredor do torreon, +/- uma hora de aproximação. O diedro é muito fácil e bonito. peotecção evidente, fiz os dois primeros largos num só (IVº+), o 3º e último largo é apenas IIIº.
o torreon já ficava lá em baixo, e o refúgio parecia ridiculamente pequeno.

No cume fizemos uma fotos e descemos pela direita por uma placas tombadas (max. IIIº).

Ao descer falamos com uma cordada que tinha feito a "oeste" da "agulha negra", talvez a via maios dos galayos, cerca de 300 mts. Muito simpáticos, deram-nos algumas informações.
Voltamos ao refugio para comer e empatar tempo até dormir.
O pessoal foi descendo até que ficamnos completamente sosinhos com o guarda do refugio e ao que acho a namorada dele.
Não nos deitamos sem ver as estrelas, o que demorou ainda um bom bocado.
O "macarra" pos-nos á vontade, e passou-nos os dois dossies de croquis. Se quisessemos alguma informação, que nos disponibilizava.
A dormida por cima de umas tábuas duras como pedra, que por estar soltas a cada volta parece que ia cair tudo, não era lá muito xuave. Ainda fartamos de rir com as mensagens que o pessoal vai escrevendo. Coisas do género: "esteve aqui e não se pode dizer que não, Javi" ou então "subiu até aqui con muito custo, manolo", ou algumas mais drásticas "aqui cerrados à dos dias causa del frio, talvez vamos a morrir...", etc. Lá dormimos. Ainda fui mijar duas vezes a meio da noite. Comtemplar a magnitude daquelas agulhas, rasgadas a negro sobre o céu estrelado. Imponente. Apesar do frio ainda estive algum tempo, completamente só, a olhar para o "Torréon" em silêncio, aquele vulto imponente não queria nada comigo. Simplesmente ignorava que eu estava ali para o assediar.
A ideia era no dia seguinte fazer-nos a "lucas-sur" no "torreon" e a "oeste" da "punta margarita".
Acordamos cedo.
Pequeno almoço e sem perder mais tempo até à "plataforma flores" a base norte do torreon, ainda levou quase 1 hora a aproximação. Prontos para o ataque.

O 1º largo da "Lucas"(20mtrs, IVº+) percorre a parte da cara norte, atravessando em diagoanal pra a cara este. Ao chegar à reunião senti uma coisa que pensava não conhecer. A vista para sul é vazia, o abismo branco abre-se aos teus pés e quase vez a cara negra da morte dizer-te olá. Tentei não passar aqueles arrepios na espinha à minha companheira de cordada. Naquela altura senti a corda como um autêntico cordão umbilical, que me ligava à vida por sófragos milimetros. Montei reunião.
A minha respiração normalizou-se e exclamei para mim "o Abismo Branco sou eu, na minha brancura precipitam-se virgens suicidas, e nas madrugadas arrasto os pés sangrentos na areia molhada.
Da reunião partia uma linha completamente cozida de spits. Sorri para dentro, os espanhóis são cá uns medrosos...
Montei reunião sobre óxido rústico, e calmamente esperei que a Natália trepasse.

Aqui acaba a nossa aventura na Lucas (aquele ganda maluco).
Temos que rapelar 20 metros numa diagonal para a cara sul. Sim senhor é verdade tive medo, e ainda hoje quando penso nisso levo uma murraça no estômago.
Cheguei à 2º reunião, e esperei que a Natália descesse. Estavamos agora os dois na cara sul.

Daqui segui ligeiramente à esquerda por uma placa que me teletransportou a um sofá onde pude montar a 3º reunião.

O 3º largo é bastante aéreo e variado, chaminés, diedros, fissuras, etc, enfim um prazer raro e sublime, no goso que me deu fez-me sorrir pela primeira vez. Começava a ganhar confiança, e a altura já era tanta que se caisse tinha tempo suficiente para aprender a voar pelo caminho.
montei a 4º Reunião no final do diedro que já cheirava a cume.

A saida da reunião é por uma placa muito, mas mesmo muito exposta, mas por estas alturas eu já estava muito tranquilo, superando este passo, uma plataforma inclinada conduz-no proximo do topo. Montei uma runião.

Daqui é preciso saltar uma fossa mariana para aceder à plataforma do cimo. Um pequeno corredor com 30 cmde largo, com abismo à esquerda e abismo à direita. Uma pernita para cada lado e aos saltinhos cheguei à corrente ferrugenta. Comemos umas barritas estendemos os olhos por aquele terreno caótico e iniciamos os rapeis que nos levaram a terra firme. A descida pela cara norte, foi uma assustadora viagem ao mundo dos velhos lobos. Eram tacos de madeira apodrecido enfiados daquelas fissuras e escuras e sombrias que nos contavam dos heróis que por ali tinham sonhado.
Suspendi-me dumbujãosito, abandonei uma fita, etc.. uma vez mais preciso de unas cuerdas double.
Não quisemos mais escalada naquele dia.

encaminhamo-nos para o refúgio humildemesnte.

e o "Macarra" riu-se irónicamente e disse:
"El TÓRREON basta..."