quinta-feira, setembro 21, 2006

Splash - Terça - Dia 19

Decidimos dormir na Serra da Freita, para no dia seguinte apresentar ao Teixa a bela cascata e a bela escalada pela via Splash……

Sem prometer a ninguém pensei em abrir o primeiro largo, mas mantive-me caladinha para não voltar a fazer má figura. Depois da aproximação reparamos que nos tínhamos esquecido das cordas, o Teixa foi ao carro buscá-las entretanto arranjámos w.c’s para a rotina matinal depois do café.



Logo que avistei o Teixa ao longe, segui para o sopé da parede, meditei, visualizei e acalmei, foi quando me mandei à parede, o meu primeiro largo aberto à frente. Nem sei bem o que dizer, foi de facto lindo para mim, abri a linha completamente à direita, não usei as chapas da esquerda, apenas uma que estava na linha da via, depois foi só desfrutar a colocar friends, a fazer contas de cabeça, a ver a linha, mas não pode deixar de acontecer, a reunião está completamente à esquerda, tive que fazer uma travessia, não coloquei uma fita comprida a corda fazia rosseeeeeeeeeee, mas que grande rosseeeeeeeeeeeeeeeeee.
Nada de grave foi de facto espectacular abrir à frente, dar segurança de cima à cordada, correu tudo muito bem, parecia que já era pró.


Como de esperar o segundo largo foi aberto pelo nosso guru espiritual Sérgio Sá, o psico-cruquese do tecto exposto para o abismo. Eu fui de segundo e Teixa de terceiro, é de facto alucinante aquele largo, desde a travessia que não é fácil psicologicamente, ainda temos de fazer um grande pêndulo para o abismo com a possibilidade que se não te agarras bem pode ir bater com as costas ao outro lado. O


Teixa abriu o terceiro largo em grande estilo, sem grandes gemidos. Ao sair da segunda reunião com o Sérgio decidi levar a mochila para recolher o material, dá-me mais medo se não for a fazer nada. Quando cheguei à terceira reunião não me tinha apercebido que deveria pela lógica ser eu abrir o próximo largo, bem desesperei logo, não estava preparada, e parecia-me que eles estavam determinados que fosse eu, pensei que abrir um largo bastava, que já tinha feito uma grande coisa, mas parecia que não, tinha uma placa de aderência à minha frente, comecei a resmungar, a dizer que não era capaz, enfim meti-me no patamar para espreitar o Sérgio montou a segurança, tirei a auto-segurança e lá fui eu por lá acima,

meti dois friends à prova de bomba, como se diz nesta cordada e segui pela fissura que se ia diluindo, passei um patamar e voltei a proteger a meio da fenda seguinte, cheguei mesmo a andar 3 ou 4 metros sem proteger, fui andando, ganhando confiança, resmungando com a corda e com todos, protegendo bem, só a escalada existia naquele momento, até que recebi a indicação que era melhor montar reunião, a corda estava acabar, assim foi montei reunião numa ponte de rocha, que bastava (à bravo espanhol) mas reforcei com dois friends, dei sinal para recolher corda e sinal para subirem. O Sérgio recolheu o escasso material hiihihihiiiii e segui para terminar a escalada com um largo mais curto. Tomámos uma bela duma banhoca numa lagoa e seguimos viagem rumo a Mealhada, saímos da auto-estrada para comer melhor num restaurante, lá almoçamos/jantamos, leitão, batatas, salada, coca-cola, parecia que já não comíamos à dias…
Às dez da noite estávamos em Portalegre de barriga cheia de leitão e essencialmente de escalada.

Obrigado cordada ensarilha, foi uma vitória para mim e o início de muitas escaladas à frente, foi na hora certa.

Taia

2 comentários:

Anónimo disse...

Oi Taia

No último largo, parece-me bem avançar até um pinheiro, bem no final da via.

Fica a dica.

Parabens pelo blog e pelas descrições.

Nelson Cunha

(Lembras-te? Penha Garcia)

Anónimo disse...

Olá pessoal.
Uma bonita actividade.
Taia. Muitos parabéns pelos teus primeiros passos como primeiro/a de cordada em vias ditas "alternativas".

Muita força!

Paulo Roxo